No Rio Grande do Sul há um pequeno vilarejo que um dia foi uma cidade: Santo Amaro, situada as margens do Rio Jacuí, pertencendo ao município de General Câmara desde 1939. O distrito já pertenceu a cidade de Triunfo (1809-1848) e Taquari (1849-1880) sendo que no ano de 1881 foi elevada a condição de município, talvez por isso muitos chamam ela de "Cidade de Santo Amaro".

Nunca tinha ido a cidade, mas já havia passado algumas vezes pela região ao participar de alguns Brevet como ciclista ou ajudando na organização da SAC. Sabia que a cidade história ficava por perto ao conversar com minha tia que tem casa em General Câmara. e faltava agora só decidir de ir lá para conhecer a cidade. Também olhando no Google Maps algumas estrada aqui do Rio Grande do Sul, fiquei com vontade de chegar em uma eclusa, já que sempre tinha estudado sobre elas há muito tempo atrás na escola, mas nunca tinha visto uma de perto e sei que há uma em Bom Retiro do Sul, no Rio Taquari (150km daqui de casa, aproximadamente), até que uma amiga me falou que em Santo Amaro tem também uma barragem-eclusa, conferi no maps e dá pra ver ela lá.
Plotino e Gabriela |
A primeira parada breve vou em Eldorado do Sul para o cafezinho esperto do Plotino, isso logo após passar as três pontes. Depois de boas risadas seguimos até o posto da PRF onde as duas rodovias se separam, eu segueria pela BR-290 mais uns 60km até meu destino e meus amigos pela BR-116, por mais uns 15km. Me despedi dos amigos e fui encarar os 18km retos e solitários da "duzentos é nojeta", não há muito que ver nessa estrada além de arrozais, nesse trecho tem apenas um único posto de gasolina e uma lanchonete logo depois do acesso da BR-116/BR-290.
E como de costume, no final tem o pedágio da Univias, parada obrigatória para pegar água, descansar um pouco e tomar um cafezinho novamente para encarar a RS-401 passando por Charqueadas São Jerônimo antes do destino final. Particularmente eu gosto dessa estrada, ela não é 100% plana, e te recepciona com uma breve sequência de pequenas subidas e descidas (3 ao todo) passando entre eucaliptos, deixando o visual mais agradável no meio dos arrozais.
ossos do ofício. |
dá pra ver qual a minha magrela. |
food! |
Depois de comer um pouco, fui explorar um pouco a cidade, que dizem não ter muito o que explorar, segundo os moradores, mas semanas antes conhecemos uma praia a beira do Rio Jacuí, não era propício para tomar banho, mas para admirar um pouco a paisagem e conversar vale a pena tirar um tempo, bastando seguir um pouco mais adiante a Av. Primeiro de Maio até a Rua José Rui de Ruiz, pegando a esquerda seguindo até a Estrada das Pedrinhas que é a terceira rua depois do campo de futebol (é uma estradinha de terra).
BRM200km - SAC - 02/09/2012 |
Descansando um pouco dos primeiros 100km, aproveitei para arrumar a câmera furada, para a viagem de volta no dia seguinte. Depois de tirar os alforges, ficando apenas com um deles, enquanto o pessoal rumava para a Prainha, peguei a Olívia e segui para Santo Amaro, seriam 25km de estrada aproximadamente. Passando pela entrada da cidade são mais 18km até o distrito, só os últimos 6km são de estrada de chão. As poucas indicações sobre a cidade são propagandas da Pousada e Restaurante Coqueiro, tem duas na estrada, só seguir elas que chegará no destino.
Passei pela Lancheria Raios de Sol, ainda no asfalto, na RS-401, onde se pode avistar os trilhos da linha férrea, logo depois na subida se tem uma das saidas em direção ao rio, em calçamento de terra. Creio que em dias de chuva se tenha dificuldades de chegar até a cidade histórica.
Bela pintura da Igreja de Santo Amaro, com cores bem vivas. Provavelmente pintada para as festividades de Santo Amaro no mês de janeiro. |
Estação Férrea Amarópolis |
Chegando na barragem o acesso a ela é bem tranquilo, os portões se encontram abertos e nenhum funcionário veio me interrogar sobre o que faria por lá, o que me assustou um pouco por ter um acesso tão fácil. Nesse dia outras pessoas estavam por lá. O horário de visitação é das 8h as 17h, eu sai depois disso e ainda vi mais umas pessoas chegando depois do horário. Passar uns momentos a beira do Jacuí valeu a pena. de um lado temos o rio alto e do outro baixo. Valeu a pena ter ido até lá. Não somente na eclusa, mas também para conhecer a cidade onde foi gravado o filme Um Certo Capitão Rodrigo, baseado na obra O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo.
Barragem-Eclusa Amarópolis |
Voltando para a Prainha, quando saí não tinha a pretensão de chegar de volta a noite, mas não teve jeito, o pôr-do-sol me pegou na estrada, mas não perdi a oportunidade de apreciar ele na volta. Como sou um cara que tenta ser uma pessoa precavida, fui com meus faróis, já que as vezes ficamos mais tempo nos lugares e podemos voltar a noite.
Apreciando um espetáculo da natureza na beira da estrada. |
Hoje tenho vontade de voltar a Santo Amaro para apreciar melhor a cidade e curtir mais tempo a beira do rio, mas por enquanto outras viagens me esperam.