sábado, 7 de fevereiro de 2015

Morro dos Cavalos

Morro dos Cavalos, talvez poucos sabiam onde fica, mas nela tive experiências com fortes emoções agora em 2014. Quem vai do Rio Grande do Sul para Florianópolis pela BR-101 certamente passou por esse morro, é o trecho de subida e descida entre a Praia da Pinheira e a Enseada do Brito.

Trecho crítico do Morro dos Cavalos mostrado no mapa abaixo, em qualquer um dos sentidos.

Em 2014 não seria a primeira vez que passaria por tal trecho da estrada, já tinha passado no ano de 2012, quando voltava de Balneário Camboriú/SC, tinha passado dois dias em Santo Amaro da Imperatriz. Já conhecia a fama, sabia que dependendo da chuva há queda de barreira e por aí vai.

BR-101 bloqueada no trecho
A BR-101 estava sendo duplicada, sendo boa parte dela em pista dupla, no ano de 2012, um dos pouco trechos não duplicados era esse. Lembro que fui atento pelo acostamento até onde pude, quando começou a subida, porém havia a terceira pista, fazendo com que o acostamento no sentido sul desaparece. Observei o outro lado e constatei que havia acostamento, atravessei a via e continuei a subida na contramão pelo acostamento, por uns 500m quando surgiu um guard-rail e seria perigoso subir por ali. Desci da bicicleta e fui para um trilho ao lado de fora da via, paralelo ao guard-rail havia um trilho de pedestres, onde conclui a subida. No topo havia uma passarela e pude atravessar para o outro lado para realizar a descida. O trecho de descida fiquei preocupado por ser pista simples e sem acostamento, a terceira pista agora estava do outro lado da via. Dessa vez para minha sorte, não desceu ninguém durante os 2km de declive. Enfim só no final, depois da curva passou uma carreta por mim.

Passados quase dois anos, não estava pensando em passar por tal trecho, devido a algumas circunstâncias da vida, a Crisholm foi passar dois meses em Santa Catarina, para facilitar meu descolamento por São José e Florianópolis. Como a vida nos trás surpresas, passada a tempestade, tinha que trazer de volta a bicicleta, e como bom ciclista, a melhor forma seria pedalando. Minha ideia inicial era partir de São José, ir a Urubici para descer a Serra do Corvo Branco e assim desviar do Morro dos Cavalos, o qual já tinha visto que estava duplicado e com acostamento restrito além de uma mureta separando os dois sentidos da via e em viagem solo. Conversando com uma amiga, ela estaria em Santa Catarina no mesmo período, combinamos de voltar juntos e ainda com o trajeto programado. Até que ela ficou sabendo que ficaria em Itapema, o que nos obrigou a mudar o roteiro, deixando de ser Serra Catarinense para Litoral Catarinense.

Via Google Earth - antes de duplicarem o trecho
Com essa mudança, passar pelo Morro dos Cavalos, agora em janeiro de 2014, era quase que inevitável. Nas semanas que se sucederam a viagem entre Itapema e a Guarda do Embaú, fiquei analisando pelo Google Earth e os Mapas do Strava, se havia alguma rota alternativa. Até encontrei, desviando por dentro da Enseada do Brito, mas percorreria um trecho de aproximadamente 1km na contra mão bem no meio da subida do morro, até a passarela. Depois na descida, logo no inicio da descida, bem na primeira curva, há uma saída que passa no meio de uma reserva indígena, uma estrada de terra, bem tranquila de se percorrer, sem a necessidade de muita técnica de trilha.

Dessa vez já sabia o que me esperava e já tinha previsto uma fuga da descida dos caminhões, ônibus e carros, porém a subida seria complicada, ou passávamos pela Enseada do Brito e entravamos na BR-101 pela contramão (algo que na atual estrada é inviável fazer), ou subíamos no mesmo sentido da via, conforme CTB manda. Percorremos o trecho da BR-101, fazendo a subida entre o guard-rail e as rodas dos caminhões bitrem ao nosso lado.

Antes de começar a subir, parei no acostamento, para ver se o espaço entre o guard-rail e a parede de pedra comportavam as bicicletas e uma pessoa empurrando. Vi que não seria possível subir por ali. Subida com fortes emoções e muitos caminhões. Uma das minhas preocupações dessa vez era o dia da semana a fazer perte do trecho e o horário. Foi em um domingo, no meio da tarde, bom por alguns motivos: I) movimento de caminhões é intenso na rodovia, a princípio no domingo deverá ser menor; II) ainda era cedo para o pessoal voltar do norte para sul, ou seja, o transito de veículos deveria ser menos intenso.

Descida do desvio do Morro dos Cavalos
Tenho bem viva nas minhas memórias o espaço que tinha, de ver as rodas dos caminhões passando a uns 20cm do bar-end e estando junto da proteção da pista. Da instabilidade da magrela, por estar com alforges, para efetuar a subida, mesmo não sendo inclinada, o trafego de veículo por aí é intenso. Agradeci a Deus quando cheguei no topo e paramos para relaxar e continuar o trecho final da viagem. Agora sabia que teria mais uns 500m, descendo até pegar o desvio. Antes de entrar no desvio há uma placa indicando que a descida pela BR-101 é um trecho sujeito a tombamento e tem extensão de 2km.

Chuva chegando. Região próxima ao rio onde pessoas
aproveitam para se refrescar no verão.
O desvio é tranquilo, só não é aconselhado a fazer com bicicleta de estrada (speed) ou pneus finos demais. Logo depois de sair da estrada tem uma descida curva acentuada de 180 graus, colocando em sentido norte, mas logo vira novamente 180 graus e volta ao sentido sul. São 7km o desvio, o que aumenta em apenas 3km a viagem, mas vale a pena ver novas paisagens, passando por meio de uma reserva indígena. Pelo que percebi, durante o verão, nos finais de semana, muita gente vai tomar banho no rio que há nesse caminho, na tentativa de fugir das agitações das badaladas praias da região.




Mapa do desvio alternativo no sentido norte-sul, evitando a descida de 2km, por estrada de terra, passando pela reserva indígena.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Circuito das Cascatas e Montanhas - I

logo do Circuito das Cascatas e Montanhas
fonte: http://cascatasemontanhas.com.br/
Em agosto de 2014 foi lançado na o Circuito das Cascatas e Montanhas (CCM). Dei uma olhada no site, conferindo a altimetria e a quilometragem total do percurso além de uma boa análise no roteiro sugerido para ter noção de como é o caminho. Enquanto isso os organizadores iam alimentando a página do Circuito no Facebook com fotos.

Bem-vindo a Rolante/RS 
Já tinha feito uma cicloviagem para Rolante ano passado, e fiquei feliz pelo potencial turístico da região, próximo de casa e pouco badalado como outros lugares mais tradicionais. Então era apenas uma questão de acertar a agenda e pegar a estrada para explorar o lugar no roteiro autoguiado. Durante os meses de preparação, acertei em fazer a viagem com outro ciclista de Esteio, pois estaria em férias no mesmo período que eu. Olhando o site e pesquisando na web, vendo outros lugares de pouso para ficar, descobri que em Rolante, o hotel do centro está fechado para reformas, o que forçou a modificar brevemente o roteiro, mas igual podemos aproveitar bem o caminho. Aqui fica uma dica importante, bom entrar em contato com as pousadas para fazer reserva, pois pode não haver vagas nelas, ou ainda ser o único hospede.

Placa informativa do CCM
Saindo de Esteio/RS, fomos via Lomba Grande e ERS-239 até a cidade de Riozinho, para ficar hospedado na Pousada do Conduto, era para ficarmos em Rolante, mas lembra do hotel? Tivemos que fazer esse modificação para se acomodar melhor, e com isso deixar para outra oportunidade fazer os 2/3 iniciais do circuito, já que percorremos 122km no primeiro dia. Não tenho motivo para descrever a estrada por já ter feito aqui nesse post.

Chegando em Riozinho, fomos atrás do Camping Pousada Conduto, que conta com uma área de camping e uns oito quartos com cama de casal. Não cheguei a me informar do valor do camping, mas os comodos saem por R$ 50,00 por pessoa, com café da manhã, que é acertado o horário com a proprietária. O não é nenhum desjejum de hotel cinco estrela, mas vale a pena.


Para quem estiver fazendo o CCM, e quiser aproveitar um pouco a cidade de Riozinho, é uma boa pedida ficar no Conduto, pelas informações dos moradores do local, há cascatas interessantes de serem visitadas rio acima além de ir dar uma olhada no Aqueduto que existe, que conduzia a água do rio até o núcleo urbano, por isso a região se chama "Conduto". Ele se localiza na última rua a esquerda antes de chegar no asfalto em Riozinho, então só seguir até o final para chegar no camping.

Final de descida para
Cascata Chuvisqueiro
Se optar por isso, não terá completado a primeira etapa do circuito, deixando para dia seguinte o terço final da etapa 1 e ficará mais "pesado" o segundo dia. 

Passou a noite, dia seguinte com as bicicletas prontas para realizar o trecho entre Riozinho e Boa Esperança, o nosso dia de maior altimetria acumulada, por causa de duas subidas íngremes. Saindo da cidade o caminho segue o curso da ERS-239, por mais uns 5km, sendo já de saída subida com uma inclinação considerável em asfalto, que acaba em breve,  quando termina a região central da cidade. Depois só irá ver asfalto novamente na terceira etapa, próximo a São Francisco de Paula.

Esse primeiro trecho, percorremos uma distância aproximada de 18km, até chegar a Pousada Três Pinheiros, que fica ao final da primeira etapa. A hospedagem aqui tem que ser feita com reserva antecipada, já que basicamente é frequentada por cicloturistas, para que os proprietários possam melhor atender e até mesmo pelo número de vagas. Não ficamos aqui, apenas conversamos e pegamos água, apesar do dia nublado o dia estava abafado.

Cascata do Chuvisqueiro
Segundo o Senhor Darcy, pegaríamos seis quilômetros de descida, em meio a cascalho, terra e mato, ou seja seria uma trilha, para quem não está acostumado um desafio grande, e para quem está acostumado também,  devido ao uso de alforges. A durante a descida paramos em alguns locais para admirar a paisagem que é sensacional.

Após a descida chegamos ao acesso da Cascata do Chuvisqueiro, uma bela cascata. Seguindo o caminho,  cruza-se a Barragem e ficamos próximo ao acesso da Cascata da Andorinha, onde o rio passa por dentro de uma gruta com a cascata ao fundo,  há uma trilha de acesso e o final geralmente se faz por dentro do rio. Aqui começa o trecho de subida, faltando aproximadamente 12km para Boa Esperança, onde termina a etapa dois do circuito. 

Três Quedas - Rolante/RS
Esse trecho conta com subidas B íngremes, o que exige uma boa relação de marchas e também moderação no esforço e não ter pressa, se não conseguir subir pedalando,  perca a vergonha e empurre a magrela, sem medo. A estrada apresenta boas condições,  possui pedras ao longo do caminho além da terra. Para se ter uma boa tração para vencer os aclives recomendo o uso de pneus com travas e a usar força das pernas ao invés de ficar no "giro" apenas. Ficar atento a sinalização e ao caminho é importante,  você está subindo e algumas placas ficaram confusas indicando que se deve descer. Efetuada a parte mais íngreme, um trecho que aproximada 10km, percorrerá um trecho curto de 3km até a Boa Esperança, com poucas subidas e uma descida final até a madereira, as indicações são para São Francisco de Paula,  enquanto nesse ponto é o acesso à Boa Esperança,  final da etapa dois, aqui há uma boa pousada,  que funciona por reserva, não servem janta, mas possuem uma boa cozinha e há um mercadinho próximo. Bom de chegar cedo e já acertar o horário do café da manhã para aproveitar a região vinícola de Rolante,  conhecida como Caminho das Pipas. Além de poder ir ver as duas cascatas da região.

--  continua --

Fotos do Circuitos Cascatas e Montanhas

Esteio/RS a Riozinho/RS - Dia 1


Riozinho/RS a Boa Esperança (Rolante/RS)